domingo, 29 de junho de 2008

Hotel Room

Once upon a time there was a boy and a girl in a hotel room.

They were making passionate love, that kind of sex u'll only get to know once in your life.
A mixture of savagery and tenderness, a rare thing. They practically didn't know each other, they actually knew nothing, only that feeling that were automatically moving them up and down.

They did it on the bed, on the floor, even in the closet. they've opened the curtains for the hole town of London to see. And when they were exhausted he laid down on the bed and took a deep breath. She entered the shower.

After a few minutes she was there, he appeared. And then she didn't want to do it anymore. But the boy had a wonderful capacity of persuasion, and so he convinced her, and there they were again.

But her willing was not the same, she was no longer doing it as an animal, but as a lover, and that was the moment she realized that.

She waited him to finished what he'd started, because she didn't want him to know, not him. And than she thank God they were in the shower, so he couldn't see the tears falling down her face.

She left him in the shower, and got dressed. He asked her to stay that night, she left without saying a word. At first, he was pretty mad, but then he realized he was gonna miss her like no other.

He ran for her, as if he depended on it to keep living, but it was too late.

He never saw her again.

Luzes

Eu queria escrever um texto sobre luzes, mas cá estou eu, sem idéias.

Eu pensei em escrever sobre a criação da luz, sobre os tipos diferentes de luzes, mas que na verdade são uma luz só. Sobre a como a luz sempre está presente em todos os lugares claros, e, quem sabe, escrever um pouco sobre a escuridão também.

A minha luz, de fato, seria uma luz muito mais ingênua do que todos pensam que as luzes são, e ela demonstraria todo o seu horror sobre as coisas que ela vê todos os dias, e eu também contaria que a escuridão acontece pelo simples gesto de a própria luz fechar os seus olhos. Pouca luz seria deixá-los entreabertos, claro.

"Mas como a luz poderia estar apagada em um lugar e acesa em outro?", você me perguntaria. E eu lhe responderia o óbvio: a luz é onipresente. É como se ela fosse composta de várias luzes, mas no fundo ela é uma só. Qualquer analogia com Deus é mera coincidência.

Aí você me perguntaria: mas então você está querendo dizer que a luz é Deus? E, de novo, eu responderia o óbvio:

Claro que não! A luz é luz, e Deus é Deus, mas toda aquela história de que Deus criou o ser humano à sua imagem e semelhança é pura enganação. Foi a luz que Deus criou à sua imagem e semelhança, e não o ser humano.

No desenrolar da minha história aconteceriam coisas, digamos, inusitadas. Por exemplo, eu poderia falar que a luz às vezes acaba nas casas porque ela tropeçou em um pedacinho de som que gostava de correr maratonas. Ou então, eu poderia dizer muitas coisas sobre as cores da luz, relacionando com o seu estado de espírito, mas não sei, nada me pareceu suficientemente bom para falar sobre luzes.

Uma coisa que eu sei é que eu gosto muito de luzes, e queria fazer uma história sobre elas.
E na minha história, a luz vai ser diferente de todas as outras luzes que vocês já viram.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Jet Ski Voador

Eu devia ter uns sete anos de idade quando tive esa idéia, de ter um jet ski voador. É o meio de locomoção mais genial que existe! É como se eu estivesse andando no mar, só que ao invés de ondas e correntezas marítimas, eu dirijo atravessando as correntes de ar e o vento. Ao invés de um colete salva vidas, há um cinto de segurança e um pára-quedas, para o caso de um choque acidental com um passarinho, ou qualquer animal que também seja voador como eu.

Parece que foi ontem a primeira vez que eu andei com meu Jet Ski Voador, eu me lembro muito bem. Havia um Vale, cachoeiras, um céu azul magnífico, e todos os meus amigos da escola estavam lá. Depois de aterrissarmos no Vale, montamos acampamento e brincamos com tigres falantes e sapos que dançavam à beira do rio.

A minha barraca era azul, e a noite nós fizemos uma fogueira que era verde, e cantamos junto a todos os animais da floresta. Lá eu descobri que as vozes mais bonitas do mundo não eram dos passarinhos como eu pensava, e sim das girafas. É, na verdade, por isso que elas têm um pescoço daquele tamanho, porque suas cordais vocais são tão grandes que não poderiam caber em um pescoço menor. O resto da noite foi amarela, cheia de brincadeiras e gargalhadas. Havia lá um pequeno arbusto que vivia saltitando, e insistia em fazer cócegas em todas as pessoas em que ele esbarrava.

Na hora de dormir, eu e meus amigos decidimos que não havia sentido em dormir dentro das barracas, pois percebemos que não havia o que temer do lado de fora. Até aqueles bichinhos que nós tínhamos medo, tais como cobras e aranhas, haviam entrado na brincadeira e agora brincavam de esconde-esconde com um grupo de meninos perto de uma macieira. O difícil da brincadeira não era achar as pessoas e os animais escondidos, e sim achar a macieira na hora de contar de novo, porque ela ficava pregando peças em todo mundo, mudando de lugar e tentando se disfarçar de eucalipto, o que era, obviamente, facilmente percebido.

E naquela noite dormimos juntos com os animais, e ao acordar, eles já tinham se ido, voltaram às suas vidas normais de animais de floresta.
Com isso, fomos embora. Nos próximos meses, voltamos lá todos os dias, mas à medida que os anos foram passando, meus amigos foram deixando de ir, por conta de seus inúmeros afazeres do dia-a-dia.

Alguns até jogaram seus Jet Skis Voadores fora, outros o guardam de lembrança, e outros, ainda, têm esperança de um dia voltar a utilizá-lo. Todos eles me dizem que não têm mais tempo de ficar de conversinha com animais, e que eu sou uma tola de continuar voltando lá.

Eu apenas lhes digo: é a melhor parte do meu dia.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Algodões Lácteos

Era uma vez uma menina colorida que se chamava Lisa.
Lisa era uma menina muito doente, e por isso, sua mãe nunca a havia deixado sair de casa no inverno. "Deixe-me sair mamãe, de nada vale a vida se ela não é aproveitada" - dizia Lisa. E sua mãe respondia: "Minha filhinha, meu amor. Se você tornar a ficar doente mais uma vez, a culpa será toda minha, não posso deixá-la sair neste frio tão intenso."
E assim foi a vida de Lisa, durante o verão e a primavera ela ia à escola, brincava com seus amigos e fazia tudo o que uma criança normal faz. Quando se aproximava o outono e o inverno, ela passava a ter aulas em casa e todas as janelas permaneciam fechadas, até que o calor voltasse.
Durante todo o período de frio, Lisa ficava tentando escutar o que se passava lá fora, e sempre ouvia um barulhinho muito peculiar, como a chuva caindo, mas de uma maneira muito mais sutil.

No seu décimo primeiro Natal, ela bolou um plano. Sairia de casa para descobrir o que era aquela coisa que caia tanto, não podia mais se conter de tanta curiosidade.

Então, quando sua mãe estava fazendo jantar e seu pai estava ao banho, Lisa abriu a porta de sua casa. E ao abrir, ela se deparou com uma cena totalmente diferente do que ela estava acostumada, uma cena muito branca.

Encostada no vão de sua porta, ela pensou que fosse só a luz ofuscando seus olhos, como sempre acontecia quando ela saia de casa depois do inverno, mas depois de um tempo ela reparou que seus olhos não estavam se acostumando, e então pensou que o mundo deveria ser branco assim mesmo nessa época do ano.

Maravilhada com a imensidão branca, ela se lembrou: “Tenho que descobrir o que é que tanto cai na minha janela.” E então, ela finalmente viu: Milhares de bolinhas brancas lentamente caindo do céu. Num ímpeto de euforia, Lisa saiu correndo em direção a elas, e quando as encontrou, começou a jogar as bolinhas para o alto, e pular, e correr.

Qualquer pessoa que visse Lisa naquele dia não saberia dizer se ela estava rindo ou chorando, mas diria com certeza que aquele foi um dos momentos mais emocionantes de sua vida.

Foi aí que Lisa lembrou de sua mãe, e de como ela ficaria zangada se a visse naquela situação. Por isso, decidiu que entraria de volta em casa, mas não sem antes pegar uma das bolinhas e colocá-la em seu bolso.

De volta ao seu quarto, Lisa tirou a bolinha do bolso, e reparou que ela era feita de alguma substância aquosa, e percebeu que mais cedo ou mais tarde ela iria acabar derretendo. Até isso acontecer, Lisa guardaria sua bolinha dentro de sua gaveta, para que sua mãe não a visse e descobrisse sobre a sua fuga.

Muitos dias se passaram, e durante todos esses dias Lisa espiava pelo menos três vezes ao dia a sua bolinha, que permanecia intacta dentro de sua gaveta. Lisa então decidiu que a bolinha não poderia ser feita só de água, mas que deveria ser composta de uma substância um pouco mais densa, e passou a chamá-la de algodão lácteo.

As coisas não poderiam estar mais perfeitas. Lisa havia ganhado muitos presentes de Natal, as festas tinham sido ótimas, ela não precisava mais se perguntar o que havia de tão extraordinário lá fora, e o melhor: ela tinha um algodão lácteo só para ela.

Passados quinze dias desde a aquisição do seu algodão, Lisa começou a tossir. E no que ela começou a tossir, ela ficou resfriada, e depois veio a febre. Sua mãe estava desacreditada, como Lisa teria ficado doente? Ela havia sido tão cautelosa, seguido todas as regras fielmente, como seria possível?

Em vista do desespero da mãe, Lisa decidiu contar a ela o que tinha feito. Ao contrário do que ela tinha pensando, sua mãe não ficou brava, nem gritou com ela, nem a pôs de castigo. Inacreditavelmente, sua mãe começou a chorar, pois havia percebido que isso sim era sua culpa. Se ela tivesse deixado Lisa sair, mas com roupas apropriadas que a protegessem, se tivesse ao menos deixado a janela aberta, nada disso teria acontecido, e Lisa não teria ficado doente.

A mãe de Lisa lamentou-se, pediu desculpas à filha e admitiu a ela que nunca deveria ter feito o que ela fez. Lisa, com seu sorriso infantil, disse: “Tudo bem mamãe, a senhora só tentou me proteger. Se eu tivesse lhe falado que tinha tanta curiosidade em saber o que havia lá fora, talvez a senhora me deixasse sair e isso não teria acontecido. Eu tive tanto medo de pedir isso a você que acabei fazendo com que eu mesma ficasse doente, me desculpe.”

Naquele dia, ambas chegaram ao consenso de que não importava de quem seria a culpa, e que as duas estavam profundamente arrependidas por não terem resolvido esse assunto antes.

Naquela noite, Lisa morreu. E mesmo assim, ainda se podia notar um enorme sorriso em seu rosto, graças a um floquinho de neve que começara a derreter dentro de sua gaveta.

domingo, 15 de junho de 2008

Teoria das Cores

Tudo começou em um dia amarelo. E eu digo amarelo porque os números ímpares me lembram coisas amarelas, e os pares, coisas roxas. E neste caso, era um dia redundantemente amarelo, porque o dia, o mês e o ano eram ímpares.
Eu não gosto da cor amarela, acho muito simplesinha. Eu costumava gostar muito da cor roxa, mas ao longo dos anos ela passou a ser muito comum e eu acabei enjoando. Hoje em dia eu gosto de todas as cores e de nenhuma cor ao mesmo tempo, porque eu gosto tanto das cores que isso faz com que eu não goste delas.
Naquele dia, o amarelo, foi o dia que eu respirei pela primeira vez. E doeu muito, e muitas outras coisas doeram, e demorou muito tempo pra que elas não doessem mais.

Coisas que doeram: meus olhos doíam com a luz, o toque das pessoas no início doía. O berçário doía e o olhar das pessoas em cima de mim doíam. O contato com a roupa doía e mais: o barulho. As vozes, os carrinhos arrastando, o choro dos outros e o meu próprio, tudo isso doía muito.

Depois de um dia amarelo, e mais um dia roxo, eu comecei a me acostumar. Eu comecei a achar algumas coisas muito boas.

Coisas que eram boas: eram bom quando me pegavam no colo e quando me davam comida.

Muitos dias amarelos e roxos se passaram. E eu fui gostando e desgostando de muitas coisas.
Eu descobri que as músicas eram verdes, e eu gostava muito dessa cor. As comidas eram laranjas e os animais eram vermelhos. As palavras também eram vermelhas, mas em um tom diferente do vermelho dos animais, O céu não era azul como todo mundo fala, pra mim ele sempre foi branco.
As pessoas sempre tiveram cores diferentes. A maioria delas era cinza, mas tambem tinha gente rosa, azul, laranja, verde, vermelha, preta, amarela, roxa...enfim,de todas as cores, e de todas as tonalidades possíveis. As pessoas as vezes mudavam de cor, mas isso não era muito comum. E raramente eu via pessoas coloridas, mas elas existiam.
Depois de um tempo eu fui percebendo algumas coisas sobre as pessoas.

Coisas que descobri sobre as cores das pessoas:

Pessoa rosa: a pessoa rosa era geralmente muito emocional. Às vezes ela se dava mal por causa disso, mas ela não podia viver de outro jeito a não ser esse. Além disso, era meio ingênua, sempre acreditava no que os outros falavam e confiava nas pessoas. Era uma ótima pessoa pra escutar e dar conselhos, mas ela mais pedia do que dava conselhos, por ser tão inocente. Se preocupava mais com os outros do que com si mesma.

Pessoa azul: a pessoa azul aparentava ser serena e tranquila, mas por dentro ela era um mar de idéias fervilhantes. Ela não se aproximava muito das pessoas, mas quando se aproximava ela encantava a todos com seu jeito de ser. Uma pessoa muito inteligente, a mais inteligente de todas as cores, e também muito sensível e emotiva.

Pessoa amarela: a pessoa amarela era muito alegre e engraçada. Está sempre fazendo piadas e alegrando o dia dos outros. Não tão emotiva assim, sempre leva tudo na esportiva e pode acabar magoando os outros com suas piadinhas infames. É uma pessoa muito sociável e segura de si.

Pessoa laranja: a pessoa laranja é muito feliz mas não necessariamente engraçada. Ela é delicada e gentil com todos, e seus olhos chegam até a brilhar quando ela fala de alguma coisa que gosta. Ela se empolga com facilidade, podendo deixar seus objetivos todos pela metade, tomados pela euforia de uma idéia nova ou uma decepção com a idéia velha.

Pessoa verde: a pessoa verde é meio preguiçosa. Adora dormir e comer, e está sempre pensando muito nas coisas. Ela costuma ter várias idéias, mas suas idéias geralmente não saem do papel, e ficam esquecidas na memória. Elas não têm coragem de mudar, de se tornar o que gostariam de se tornar e acabam se acomodando com as suas vidas.

Pessoa vermelha: a pessoas vermelha é muito ativa. Precisa sempre estar fazendo alguma coisa, envolvida em algum projeto, se não ela não se sente satisfeita. Ela gosta de ver seus projetos concluídos e não desiste até que eles se concluam. Age muito por instinto e nunca pensa duas vezes antes de fazer qualquer coisa.

Pessoa roxa: a pessoa roxa costuma se preocupar com si mesma antes de se preocupar com qualquer outra coisa. Ela tem um ímpeto revolucionário dentro dela e está sempre disposta a mudar o que está errado, mas tem dificuldade em aceitar críticas.

Pessoa cinza: a pessoa cinza está sempre de mau humor. Desiludida com a vida, ela acha tudo ruim, põe defeito até aonde não dá mais. A pessoa cinza é meio confusa, e se arrepende da maioria das coisas que realizou. Não é necessariamente infeliz, mas gostaria que as coisas fossem diferentes mas não têm ânimo para mudar as coisas.

Pessoa preta: a pessoa preta é uma pessoa triste. Não se anima para nada e passa a maior parte do tempo sozinha. Um dia ela já foi feliz, mas acha que nunca mais poderá ser feliz como antes, então ela nem tenta. Para algumas pessoas pretas, a vida é realmente um sufoco.

Além dessas pessoas, também existiam as pessoas coloridas. Na verdade, todas as pessoas do mundo nasciam coloridas, e permaneciam assim por um tempo. Um dia, tanto roxo como amarelo, elas se decidiam por fim de que cor seriam, podendo mudar de cor algumas poucas vezes na vida. As pessoas coloridas são aquelas que nunca se dicidiram quanto a sua cor, elas têm um pouco de tudo, e elas são raras. Normalmente, elas são chamadas de crianças pelas outras pessoas. Mas as outras pessoas não sabem ver cores como eu, elas não sabem que existem pessoas coloridas que já passaram por um montão de dias roxos e amarelos a mais do que as crianças.

O engraçado nisso tudo é que a única pessoa que eu nunca consegui enxergar nenhuma cor sou eu. Pra mim, eu sou incolor. Acho que isso é normal, né, não enxergar nenhuma cor em si próprio..mas quem disse que é normal enxergar cores nas outras pessoas? Que eu saiba, eu sou a única pessoa que vê as pessoas como cores, ou talvez, todos nós vejamos as pessoas como cores mas ninguém tenha coragem de falar.
Ou ainda, talvez todos nós tenhamos a capacidade de enxergar cores, mas todos estamos preocupados demais em tentar enxergar a nossa própria cor, o que é impossível, porque eu já tentei muito e nunca consegui. Quem sabe um dia eu consiga, mas acho que isso me prenderia numa cor só e me impediria de mudar de cor se eu quisesse.
Seria realmente muito chato viver sendo uma cor só.